quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Educandos, bairro de Manaus

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A história do bairro do Educandos inicia oficialmente no ano de 1856 quando o presidente da província do Amazonas, João Pedro Dias Vieira, resolver criar, através da Lei nº 60, de 21 de agosto desse ano, o estabelecimento dos Educandos Artífices, na época um modelo avançado de educação profissionalizante, que estava sendo aberto em todo o Brasil. 

população da cidade de Manaus não era superior a 400 habitantes e o local escolhido para funcionar a nova escola foi o prédio da Olaria Provincial, que havia acabado de ser concluído, localizado numa ilha na outra margem do igarapé da Cachoeirinha, como era conhecido o igarapé do Educandos.

A localidade permanece por muito tempo possuindo apenas a escola, até que o governador Fileto Pires Ferreira, que governou o Estado de 1896 a 1898, resolve distribuir as terras das margens do rio Negro às famílias abastadas de Manaus, criando inúmeras fazendas na ilha onde está localizado o Educandos. O local só ganha aspecto de comunidade quando, em 1901, o governador da época, Silvério José Nery, manda abrir as seis primeiras ruas do bairro, nomeadas de Norte- Sul 1,2 e 3, cortadas pelas Leste- Oeste 1,2 e 3. As ruas Leste-Oeste foram abertas acompanhando os mesmos traçados das ruas de Manaus, obedecendo, conforme argumenta Cláudio Amazonas, um modelo avançado de urbanização.

No ano de 1907, o bairro passa a se chamar oficialmente de Constantinópolis, através do Decreto nº 67, de 22 de julho. Esta denominação foi sugerida pelo superintendente municipal, coronel José da Costa Monteiro Tapajós, como forma de homenagear o governador Antônio Constantino Nery (1904-1907). Somente no ano seguinte, as seis ruas do Educandos ganharam as denominações atuais.

Indústria e comércio variados

No ano de 1928, membros da Sociedade Sportiva Beneficente de Constantinópolis abrem, com equipamentos rudimentares e recursos próprios, a estrada de Constantinópolis, que hoje é avenida Leopoldo Peres, saindo da Baixa da Égua até a Boca do Emboca, antiga entrada do atual bairro de Santa Luzia. Enquanto abriam a estrada, os membros da sociedade reivindicavam a construção de uma ponte ligando o novo bairro à cidade de Manaus. Eles foram atendidos no mesmo ano, com a inauguração, pelo governo do Estado da ponte Ephigênio Sales, na presença de autoridades locais e dirigentes da Sociedade Beneficente.

No ano seguinte, em 1929, a quebra da Bolsa Valores de Nova Iorque causa estragos também no bairro do Educandos, refletindo-se na grande depressão econômica que atingiu o mundo todo e, em Manaus, serviu de golpe mortal à já combalida economia local, em frangalhos devido ao declínio do período áureo da borracha. Como resultado, as
prósperas famílias que moravam no bairro deixaram suas propriedades e foram em busca de novas oportunidades em outros centros urbanos. Durante esse período, o Educandos, viveu um período de letargia econômica, social e urbana, que se estendeu até o final da segunda Guerra Mundial, em 1946, quando o bairro passa a receber grande número de
?soldados da borracha?, agora órfãos da ajuda governamental depois do fim dos conflitos. Cerca de 100 mil nordestinos vieram para a Amazônia a fim de dar cumprimento ao compromisso brasileiro de suprir as necessidades de látex dos Aliados, depois que os seringais do leste asiático caíram nas mãos dos japoneses.

?Arigós?ocupam terras do bairro

Ao final da guerra, os nordestinos se estabeleceram num barracão localizado nas proximidades do aeroporto Ponta Pelada, mas muitos deles passaram a residir na estrada de Constantinópolis, abrindo pequenos comércios de onde tiravam sua sobrevivência. A presença dessas pessoas passou a ser tão forte que a estrada mudou de nome, sendo conhecida a partir de então por estrada dos Arigós. A chegada dos nordestinos faz aflorar o preconceito das famílias antigas do bairro contra os novos moradores, considerados brutos demais para viver na sociedade da época.

Depois, o bairro passou a receber outra espécie de moradores: as prostituas do Centro de Manaus, que começaram a ser expulsas da área do Cabaré Chinelo, como conseqüência de uma determinação do interventor João Nogueira da Mata, ainda em janeiro de 1947, para atender ao clamor das famílias residentes naquelas redondezas. Essa determinação deixou de ser cumprida naquela ocasião e tinha como alternativa inicial o bairro de Cachoeirinha. O interventor decidiu transferir o problema para o governo recém eleito, que seria empossado em 12 de maio daquele ano. Leopoldo Amorim da Silva Neves governou até 1º de julho de 1950, sem tocar no assunto, que retornou à baila
tão logo Álvaro Maia assumiu o governo, em 31 de janeiro de 1951.

Esta política tinha como objetivo levar as ?damas da noite? para as áreas ermas da cidade.
Em face dos indignados protestos dos moradores de Cachoeirinha, estas damas se radicam na Vila Mamão, em Petrópolis, e na estrada dos Arigós, em Educandos, e juntas aos nordestinos formarão uma das ruas mais ?barra pesada? de Manaus, freqüentada por malandros, gigolôs e toda espécie de freqüentadores da zona do meretrício.

A situação perdura até o advento da Zona Franca de Manaus chega para revolucionar os costumes locais, tirando dos cabarés muitos pais de famílias que passaram a ficar mais em casa, em frente da televisão. A partir de 1971, muitos dos bares instalados na Leopoldo Peres são vendidos, trocam de freguesia e se transformam em lojas. Em 1976, na administração do prefeito Jorge Teixeira, o bairro recebe asfalto e outras melhorias
urbanas, tornando-se um forte centro comercial.

Pontes ligam à cidade

O Educandos está localizado na Zona Sul de Manaus, tendo como limites os bairros de Santa Luzia e Colônia de Oliveira Machado, o igarapé do Educandos e o rio Negro. Está ligado a Cachoeirinha pelas pontes Ephigênio Sales e Juscelino Kubistchec e ao Centro da cidade pela ponte Padre Antônio Plácido. A população é estimada em 16 mil habitantes, conforme censo do IBGE de 2000, e também é conhecido carinhosamente por
?Cidade Alta?. 

O perímetro do bairro inicia no Rio Negro com o igarapé do Educandos; deste último até o igarapé do 40; vai até a avenida Leopoldo Peres e segue para a avenida Presidente Kennedy; em linha reta, no sentido Norte/Sul até a nascente do igarapé da Colônia Oliveira Machado; voltando ao Rio Negro até o igarapé do Educandos.

Empregos e serviços

O Educandos tem seu centro financeiro e econômico na avenida Leopoldo Peres, gerando
muitos empregos diretos e indiretos, além de renda para trabalhadores informais. Conta com agências bancárias, postos 24 horas, postos de gasolina, supermercado, lojas de eletrodomésticos, sapatarias, lojas de confecções, serviços de hotelaria e restaurantes.

Na área de gastronomia, o bairro ostenta o restaurante Panorama, o mais antigo de
Manaus, funcionando há 40 nos, de forma ininterrupta. Localizado na avenida Rio Negro, debruçado sobre a baía do rio Negro, em frente ao Amarelinho, em suas mesas sentaram-se todos os líderes políticos e empresariais do Amazonas, além de turistas que visitam a cidade, desde quando abriu suas portas.

No entanto, o bairro não está restrito ao comércio. O Educandos é margeado pela orla do Rio Negro e emoldurado pelo calçadão batizado de Amarelinho, ponto turístico do bairro. A praça em frente à igreja remete o bairro aos primeiros momentos de sua evolução urbana, além de até hoje servir de passeio público e ser o palco para as manifestações culturais realizadas no bairro.

No setor cultural, o Educandos foi pioneiro na brincadeira do boi-bumbá. Nomes como Luz de Guerra, Corre-Campo e Garanhão são conhecidos em todo o Estado como os mais tradicionais. Na área da educação, a comunidade conta com quatro escolas estadual: Machado de Assis (rua Amâncio de Miranda- onde funcionava a escola dos Artífices), Estelita Tapajós (rua Manoel Urbano), Monteiro de Souza (avenida Leopoldo Peres) e professora Diana Pinheiro (avenida Presidente Kennedy), além de uma escola particular: Novo Horizonte (rua São Vicente de Paula).

Peculiaridade

Durante o período das festividades em comemoração à fundação do bairro acontecem
inúmeras atividades, com a participação da comunidade e de visitantes. A festa comemorativa é organizada desde 1992, quando o tablóide ?A Hora? único informativo que circulava no bairro iniciou as primeiras inspirações para a realização dos festejos de aniversário. Até hoje, a comunidade reserva uma semana de festejos com a realização das atividades cívico- sociais.

O Educandos é tido como um bairro tradicional, margeado pelo rio Negro e próximo do Centro da cidade.

Fonte: Jornal do Commércio

Portal Amazônia - NR

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Manaus, terra e belezas inimagináveis


Teatro Amazonas
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Teatro Amazonas é um teatro brasileiro localizado no largo de São Sebastião, no centro de Manauscapital doAmazonas. O teatro, inaugurado em 1896, é a expressão mais significativa da riqueza de Manaus durante o Ciclo da Borracha. A orquestra Amazonas Filarmônica regularmente ensaia e se apresenta em seu interior.
Destaca-se também pelo estilo eclético de sua estrutura e os detalhes únicos de sua cúpula, o que o torna um dos monumentos mais conhecidos do Brasil e consequentemente o símbolo mais proeminente de Manaus.
História
ciclo da borracha converteu cidades amazônicas em prósperos centros econômicos e culturais.
A história do Teatro Amazonas inicia-se em 1881, quando o deputado A. J. Fernandes Júnior apresentou o projeto para a construção de um teatro em alvenaria, na cidade de Manaus. A proposta foi aprovada pela Assembléia Provincial do Amazonas, e começaram as discussões a respeito da construção do prédio. Manaus, que vivia o auge do ciclo da borracha, era uma das mais prósperas cidades do mundo, embalada pela riqueza advinda do látex da seringueira, produto altamente valorizado pelas indústrias europeias e americanas. A cidade necessitava de um lugar onde pudessem se apresentar as companhias de espetáculos estrangeiras e a construção do teatro, assim, era uma exigência da época, assim como existia um casa de ópera na cidade de Belém, o recém-inaugurado Theatro da Paz.
O projeto arquitetônico escolhido foi o de autoria do Gabinete Português de Engenharia e Arquitetura de Lisboa, em 1883. No entanto, em meio às discussões a respeito do local para a edificação e os custos da obra, a pedra fundamental só foi lançada em 1884. As obras transcorreram de forma lenta e somente no governo de Eduardo Ribeiro, no apogeu do ciclo da borracha, a construção tomou impulso. Foram trazidos arquitetosconstrutores,pintores e escultores da Europa para a realização da obra. A decoração interna ficou ao encargo de Crispim do Amaral, com exceção do Salão Nobre, a área mais luxuosa do prédio, entregue ao artista italiano Domenico de Angelis. O teatro foi finalmente inaugurado no dia 31 de Dezembro de 18961 .
A sala de espetáculos do teatro tem capacidade para 701 pessoas, distribuídas entre a plateia e os três andares de camarotes. No Salão Nobre, com características barrocas, destaca-se a pintura do teto, denominada "A Glorificação das Bellas Artes na Amazônia", de 1899, de autoria de Domenico de Angelis. Destacam-se os ornamentos sobre ascolunas do pavimento térreo, com máscaras em homenagem adramaturgos e compositores clássicos famosos, tais como Ésquilo,AristófanesMoliéreRossiniMozartVerdi e outros. Sobre o tetoabobadado estão afixadas quatro telas pintadas em Paris pela Casa Carpezot - a mais tradicional da época -, em que são retratadas alegoriasà música, à dança, à tragédia e uma homenagem ao grande compositor brasileiro Antônio Carlos Gomes. Do centro, pende um lustre dourado com cristais, importado de Veneza, que desce até ao nível das cadeiras para a realização de sua manutenção e limpeza.
Destaca-se, ainda na sala de espetáculos, a pintura do pano de boca do palco, de autoria de Crispim do Amaral, que faz referência ao encontro das águas dos rios Negro e Solimões. O teatro possui diversos ambientes, concebidos com diferentes materiais, daí ser considerado um espaço sobremaneira eclético. É, sem dúvida, o mais importante prédio da cidade, não somente pelo seu inestimável valor arquitetônico, mas principalmente pela sua importância histórica, uma prova viva da prosperidade e riqueza vividos na fase áurea da borracha. O teatro é referência para espetáculos regionais, nacionais e internacionais. Já passaram pelo palco do Teatro Amazonas:White Stripes,Margot FonteynChristoph Schlingensief e Roger Waters
Estrutura física
Cúpula
É composta de 36 mil peças de escamas em cerâmica esmaltada etelhas vitrificadas, vindas da Alsácia. Foi adquirida na Casa Koch Frères, em Paris. A pintura ornamental é da autoria de Lourenço Machado. O colorido original, em verde, azul e amarelo é uma analogia à exuberância da bandeira brasileira.
Salão Nobre
É utilizado apenas para visitação, com capacidade para 200 pessoas.
Sala de Espetáculos
Tem capacidade para 701 pessoas. A distribuição de lugares é a seguinte:
·         Plateia: 266 poltronas;
·         Frisa: 100 cadeiras distribuídas em 20 frisas;
·         1.º pavimento: 110 cadeiras distribuídas em 20 camarotes;
·         2.º Pavimento: 125 cadeiras distribuídas em 25 camarotes;
·         3.º Pavimento: 100 cadeiras distribuídas em 20 camarotes.
Camarim Cenográfico
Inaugurado em 2004, na abertura do VIII Festival Amazonas de Ópera, este espaço fica instalado na ala de camarins e foi reconstituído similar aos encontrados no passado, com as paredes forradas de tecido e vários objetos que usavam no final do século XIX, assim como os móveis que fazem parte desde a sua inauguração.
Palco
A boca de cena possui 10,50 metros de largura, 6,40 metros de altura e 11,97 metros de profundidade. O urdimento tem 14 metros de altura. A área útil total é de 123,29 metros quadrados.
Fosso da Orquestra
Altura: 2,30m;
Largura: 11,90m;
Comprimento: 7,20m.
Equipamentos:
29 varas cênicas, sendo:
·         05 varas elétricas
·         04 varas de luz laterais, sendo 02 de cada lado do “back stage”
Piso de madeira em quarteladas no palco central de 2,00m x 1,00m, não removível.
01 regulador de boca vertical com tomadas para iluminação cênica.
Proscênio ou fosso da orquestra. Possui elevador elétrico com possibilidade de pausa em três níveis: fosso, platéia e palco. Praticáveis, cadeiras e estantes para Orquestra e Coral.
Luz
Som. A ótima acústica do Teatro Amazonas dispensa o uso de amplificadores para espetáculos com instrumentos acústicos, corais, cantos líricos e outros.
·         Panaria
·         Cortinas pretas
·         Bambolinas
·         Ciclorama Branco
·         Cortina de filó
·         Pernas
01 cortina de proscênio em veludo vermelho. 02 panos de boca pintados (originais) Instrumentos:
·         02 pianos de cauda inteira, marca Steinway and Sons
·         01 piano meia cauda, marca Steinway and Sons
·         01 celesta
·         01 cravo
·         01 xilofone
·         01 harpa profissional
·         01 órgão eletrônico
·         01 sino sinfônico
·         01 gongo chinês
·         01 bumbo gigante sinfônico
·         02 contra-baixos acústicos


·         04 tímpanos